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Miocardiopatia: como é feito o diagnóstico e tratamento da condição?

Você já ouviu falar sobre miocardiopatia? Esse é o nome dado às doenças que afetam o músculo do coração, provocando alterações no seu funcionamento e um risco elevado para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.
Diferente de outras doenças cardiovasculares, como hipertensão, doença arterial coronariana e alterações nas válvulas cardíacas, as miocardiopatias possuem características únicas. 

Mesmo assim, sua ocorrência representa um grande risco à saúde cardiovascular e, por isso, é crucial que sejam devidamente investigadas.
Caso você tenha histórico familiar para doenças cardíacas ou já tenha apresentado sintomas como dor no peito, falta de ar e fadiga, é importante consultar um médico e entender mais sobre a condição e suas características.
Neste artigo, vamos abordar tudo o que você precisa saber sobre o que é miocardiopatia. 

Ainda apresentaremos os diferentes tipos existentes, maneiras de identificá-los, sintomas e as principais causas. 

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Miocardiopatia

O que é miocardiopatia e quais são os tipos?

A cardiomiopatia ou miocardiopatia é uma condição que compromete diretamente o músculo cardíaco e prejudica o funcionamento do sistema cardiovascular, fazendo com que o sangue não seja bombeado corretamente. 

Além disso, ela provoca alterações na estrutura do coração, sendo considerada uma das causas mais recorrentes para insuficiência cardíaca. Essa doença também prejudica a sobrevida do paciente, sua qualidade de vida e aumenta a propensão a arritmias e formação de coágulos sanguíneos, chamados de “trombos”. 

Para conhecer os sintomas e causas de miocardiopatia, é importante salientar que ela é dividida em 3 tipos. São eles:

Miocardiopatia dilatada

A miocardiopatia dilatada gera aumento no tamanho do coração. Normalmente, ela se caracteriza pelo ventrículo esquerdo dilatado. O estiramento das fibras musculares enfraquece o sistema cardíaco e o impossibilita de atender às demandas do organismo.

As principais causas são:

  • Presença de doenças autoimunes (artrite reumatoide, lúpus, sarcoidose, entre outras);
  • Disfunções metabólicas (problemas de tireoide, diabete, doenças hormonais, etc.);
  • Infecções (como doença de Chagas, HIV, vírus Coxsackie B, entre outras);
  • Consumo excessivo de álcool (miocardiopatia alcoólica);
  • Medicamentos quimioterápicos;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Gravidez;
  • Condições genéticas específicas.

Entre os sintomas, destacam-se:

  • Formação de coágulos sanguíneos no interior das câmaras cardíacas("trombos");
  • Falta de ar durante a realização de exercícios;
  • Inchaço nos pés, pernas e abdômen;
  • Problemas nas válvulas do coração;
  • Cansaço excessivo;
  • Palpitações.    

Miocardiopatia hipertrófica

Já a miocardiopatia hipertrófica é a mais comum, atingindo 1 a cada 500 pessoas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Nela, as paredes dos ventrículos ficam mais rígidas e grossas. Isso afeta a capacidade do coração se preencher de sangue, prejudicando o bombeamento.

Causas e sintomas:

Quase sempre, essa condição é caracterizada como uma miocardiopatia congênita. Ela tem origem hereditária ou ocorre por mutação genética espontânea, em que há alteração na formação do músculo cardíaco e das suas células, provocando o espessamento.

São considerados sintomas associados a essa condição:

  • Falta de ar, principalmente durante esforços físicos;
  • Desmaios espontâneos ou durante esforços;
  • Dores no peito (angina);
  • Fadiga em excesso;
  • Palpitações.

Miocardiopatia restritiva

Esse tipo de miocardiopatia caracteriza-se também pela hipertrofia, mas associada à formação de tecido cicatricial ventricular, ou seja, ela causa a rigidez dos ventrículos. Como consequência dessa condição, o coração deixa de realizar os movimentos de contração e expansão adequadamente, podendo também comprometer seu ritmo.

São consideradas causas:

  • Formação de tecido cicatricial (como resposta a alguma inflamação ou tratamento radioterápico);
  • Amiloidose (doença que provoca depósitos anormais de proteínas pelo organismo);
  • Sarcoidose (patologia autoimune que provoca a fibrose de tecidos);
  • Acúmulo de ferro no músculo do coração.

Entre os sintomas, destacam-se: 

  • Falta de ar durante esforços físicos;
  • Inchaço no abdômen e pernas;
  • Cansaço excessivo;
  • Falta de ar;
  • Palpitações.

É importante também observar que, em pacientes que apresentaram infarto do miocárdio, devido a obstruções nos vasos sanguíneos do próprio músculo cardíaco, a gravidade do infarto e sua evolução podem levar ao desenvolvimento de miocardiopatia isquêmica, um tipo de miocardiopatia com características de miocardiopatia restritiva, mas também de miocardiopatia dilatada.

Como é feito o diagnóstico da miocardiopatia?

Sob a presença dos sintomas de cardiomiopatia e qualquer suspeita ou fator de risco para a doença, é indispensável buscar por atendimento médico. Para o diagnóstico, o cardiologista irá analisar os sintomas relatados, realizar um exame físico e solicitar exames como:

  • Ecocardiograma: trata-se do principal exame para identificar a miocardiopatia. Ele é baseado em ondas de ultrassom, que produzem uma imagem do coração em atividade, evidenciando assim seu tamanho e função de bombeamento;
  • Ressonância magnética: esse procedimento é essencial para confirmar o diagnóstico ou avaliar o prognóstico de pacientes com a doença. Isso porque ele permite uma visualização ainda mais precisa das estruturas cardíacas. É semelhante a uma tomografia computadorizada, porém oferece imagens muito mais nítidas e detalhadas, por vezes também com reconstrução do movimento.

Alguns exames específicos também podem ser realizados para determinar a causa exata da miocardiopatia e garantir um tratamento mais assertivo, especialmente para as dilatadas e restritivas. São eles:

  • Cateterismo: mais invasivo, este procedimento consiste na inserção de um cateter por meio de um vaso do braço ou da virilha, que é conduzido até o coração para avaliar obstruções nas artérias que irrigam o músculo cardíaco ou também a pressão das câmaras cardíacas, verificando assim possíveis anormalidades;
  • Biópsia do coração: durante a realização do cateterismo, o médico cardiologista também pode retirar uma pequena amostra de tecido do músculo do coração. Ela é então avaliada posteriormente de forma mais detalhada em um microscópio. 

Qual tratamento é indicado para cada tipo de miocardiopatia? 

Na cardiomiopatia, o tratamento não tem o poder de curar a doença. Contudo, sua correta definição é essencial para controlar ou atrasar a sua progressão, agregando mais segurança e qualidade de vida ao paciente.

O procedimento adotado depende do tipo, causa e gravidade do quadro, além do histórico clínico da pessoa. As alternativas incluem:

  • Medicamentos: muitas vezes são necessários para atenuar ou retroceder a principal causa da cardiomiopatia. Esse é o caso do uso de corticoides para a sarcoidose, por exemplo. Alguns remédios também visam tratar a insuficiência cardíaca (“fraqueza” dos batimentos cardíacos) causada pela doença;
  • Controle geral de doenças: engloba todos os tratamentos de condições com potencial de gerar complicações. Por exemplo, a diabetes, o colesterol alto, a hipertensão, entre outras.
  • Marcapasso: são dispositivos implantáveis capazes de estimular as câmaras cardíacas e restabelecer os padrões de ritmo normal das suas contrações. A indicação é para pacientes com ritmo cardíaco anormal e risco elevado para morte súbita;
  • Transplante: trata-se da única alternativa definitiva de tratamento, porém restrita aos casos mais avançados e de pior prognóstico, que não apresentaram melhora com nenhum outro tratamento anterior. O transplante de coração é recomendado para os casos em que ocorre insuficiência cardíaca gravíssima, com mau prognóstico.

Além desses procedimentos, os tratamentos para cardiomiopatia também incluem mudanças no estilo de vida. Nesse sentido, o médico auxilia na definição de uma alimentação mais saudável, recomenda a prática de atividades físicas moderadas, repousos regulares, entre outras ações em prol de uma rotina mais saudável.

Como uma vida saudável influencia na saúde do coração?

Como você pôde ver, manter uma rotina ativa, equilibrada e saudável é imprescindível para combater a miocardiopatia

Inclusive, esse cuidado não se estende apenas ao tratamento da doença. Na verdade, hábitos saudáveis são imprescindíveis também em termos de prevenção. Afinal, a falta de exercícios e a má alimentação estão entre os principais fatores de risco para doenças cardíacas. Procure manter um plano alimentar rico em vegetais, legumes, frutas, fibras, peixes e carnes magras. Além de seguir as orientações do cardiologista, vale a pena contar com um nutricionista para traçar uma dieta adequada às suas necessidades.

Outro ponto de importância é definir uma rotina de atividades físicas para manter-se ativo e livre do sedentarismo. Lembre-se de respeitar as limitações apontadas pelo seu médico e de prezar por um bom orientador físico.

Por fim, evite o álcool e mantenha-se longe do cigarro e das drogas ilícitas. Reduzir a ansiedade e o estresse do dia a dia também são medidas que contribuem para a sua saúde cardiovascular. 

Agora que você já sabe como se prevenir da miocardiopatia, continue por dentro das melhores informações para cuidar da saúde do seu coração. Clique aqui e confira os conteúdos exclusivos e completos do blog da BIOTRONIK.