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Como monitorar ritmos cardíacos irregulares de pacientes?

Fazer o diagnóstico preciso do tipo de arritmia que acomete o paciente é fundamental para oferecer o tratamento adequado. Normalmente, essa identificação do ritmo cardíaco irregular é feita por eletrocardiograma (ECG).

No entanto, nem sempre os resultados do ECG são claros o suficiente para determinar o tipo de arritmia. Além disso, a leitura e a interpretação do exame exigem extenso preparo e treinamento, além de experiência do profissional da saúde.

Com a evolução tecnológica, surgiram outras formas de realizar o monitoramento cardíaco para ajudar no diagnóstico rápido e preciso, como o Looper Implantável da BIOTRONIK.

Neste texto, você verá mais informações sobre os distúrbios do ritmo cardíaco e as novas tecnologias usadas para o diagnóstico e seu respectivo tratamento.

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Como monitorar ritmos cardíacos irregulares de pacientes?

Quais são os tipos mais comuns de ritmos cardíacos anormais?

A arritmia cardíaca – doença que engloba um amplo espectro de diferentes tipos de ritmos cardíacos – é responsável pela morte súbita de cerca de 300 mil brasileiros todos os anos, segundo levantamentos da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).

Existem diferentes tipos de arritmias. Abaixo, vamos relembrar os tipos mais comuns:

Fibrilação atrial (FA)

fibrilação atrial (FA) ocorre quando os átrios têm uma ativação elétrica muito rápida, extremamente acelerada e de forma irregular. Durante um episódio, os impulsos elétricos são desencadeados a partir de várias áreas em torno e no interior das câmaras atriais (direita e esquerda). 

Por causa dessa atividade elétrica assíncrona, as paredes das câmaras não conseguem realizar os movimentos de contração (sístole) habituais, mas sim “estremecer" (ou “fibrilar") em vez de se contrair. Como resultado, os átrios deixam de auxiliar no bombeamento de sangue para o interior dos ventrículos, pois não se esvaziam completamente a cada batimento. Isso provoca uma alteração no fluxo sanguíneo dentro dessas câmaras, podendo levar à formação de coágulos com o passar do tempo.

Os ventrículos também não têm tempo suficiente para o seu enchimento, além de que o fazem em uma frequência irregular e, via de regra, com muita variação na frequência de batimentos por minuto – o que pode reduzir a quantidade efetiva de sangue bombeada pelo coração em cerca de 10%.

Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, a FA é a segunda maior causa de mortes no mundo e ela aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC).

Além da existência de uma cardiopatia, outros quadros podem levar ao surgimento da FA, como:

  • Hipertensão arterial;
  • Valvulopatias (doenças de valva mitral ou valva tricúspide);
  • Doença arterial coronariana;
  • Excesso de álcool;
  • Hipertireoidismo;
  • Defeitos congênitos do coração.

Para normalizar a atividade elétrica, pode ser feito o uso de medicação ou, caso não seja suficiente, uma ablação por cateter, que é um procedimento minimamente invasivo.

Taquicardia ventricular

A taquicardia ventricular é a aceleração das batidas cardíacas que tem origem e início diretamente nos ventrículos. Esse tipo de arritmia é mais comum em pessoas com alguma cardiopatia e, dependendo do caso, podem prejudicar gravemente o funcionamento do coração.

Algumas vezes, ocorre uma série de batimentos ventriculares prematuros consecutivos e, depois, a frequência cardíaca volta ao normal.

Quando esse ritmo cardíaco irregular dura mais de 30 segundos, é chamado de taquicardia ventricular sustentada. Ocorre, geralmente, em pessoas com cardiopatias estruturais e é mais comum em idosos.

O risco da taquicardia ventricular sustentada é que, devido à frequência elevada de batimentos por minuto, os ventrículos podem não se encher completamente ou não bombear sangue adequadamente. Com isso, a pressão arterial tende a diminuir, por vezes subitamente, com repercussões imediatas na circulação do sangue, principalmente no cérebro e no próprio coração. Se esse quadro de taquicardia se agravar, pode deteriorar para o que se denomina fibrilação ventricular, que é uma forma de parada cardíaca.

Bradicardia sinusal

bradicardia sinusal é a frequência cardíaca excessivamente lenta, com um ritmo menor que 50 batimentos por minuto (bpm) quando em repouso.

É natural que o coração bata mais lentamente durante o sono. Esse ritmo cadenciado também é normal em atletas, cujo coração é adaptado para o esforço físico, ou pode também estar presente devido ao uso de algumas medicações. Ou seja, nem toda bradicardia significa doença.

No entanto, pode ser um sinal de alerta quando acontece em pessoas que não praticam exercícios físicos com frequência ou em idosos.

Entre outras causas, podemos citar:

  • Envelhecimento do sistema de condução elétrico;
  • Intoxicação medicamentosa;
  • Funcionamento anormal da glândula tireoide;
  • Calcificação de valvas cardíacas;
  • Infarto;
  • Doenças inflamatórias/ infiltrativas do músculo cardíaco .

No Brasil, é frequente que a bradicardia seja causada pela doença de Chagas.

Bloqueio cardíaco

bloqueio cardíaco é um atraso ou bloqueio no sistema de condução elétrica do coração que provoca alterações do ritmo cardíaco. Pode afetar, separadamente, o ramo direito ou esquerdo do sistema de condução que leva os impulsos elétricos pelo coração, assim como a junção entre átrios e ventrículos, levando à descoordenação das contrações dos átrios e dos ventrículos.

Os bloqueios cardíacos podem ser divididos em:

  • Bloqueio atrioventricular: ocorre no nódulo atrioventricular (AV). Têm três níveis de gravidade.
    • 1º grau: há um ligeiro atraso na transmissão de cada impulso elétrico entre átrios e ventrículos. A frequência cardíaca continua normal neste grau.
    • 2º grau: alguns dos sinais não passam pelo nódulo AV e alguns batimentos são “pulados” pelos ventrículos.
    • 3º grau: nenhum sinal ultrapassa o nódulo AV e, por isso, o coração pode bater mais lentamente ou mesmo parar de bater.
  • Bloqueio de ramo: é quando ocorre a interrupção total ou parcial da condução dos impulsos elétricos pelos ramos direito ou esquerdo do feixe de His, que fica espalhado pelos ventrículos. O bloqueio do ramo esquerdo costuma ser mais grave, porque, geralmente, indica a existência de outra doença cardíaca.

Dependendo do tipo de bloqueio cardíaco, o paciente pode precisar de um marca-passo.

Os bloqueios cardíacos podem ser congênitos ou causados por:

  • Lesão de doença arterial coronariana obstrutiva;
  • Tecido fibroso crescendo no sistema elétrico do coração;
  • Infarto do miocárdio;
  • Insuficiência cardíaca.

Flutter atrial

Este é o segundo tipo de arritmia sustentada mais comum.

De maneira semelhante à fibrilação atrial, o flutter atrial é um distúrbio do ritmo cardíaco no qual a atividade elétrica dos átrios está muito acelerada. A principal diferença é que, no flutter atrial, a atividade elétrica atrial é mais localizada e mais organizada. 

Os átrios conseguem se contrair, mas a frequência é rápida demais (250 a 350 vezes por minuto) para permitir que cada impulso seja conduzido corretamente. Assim, somente alguns desses estímulos acabam chegando aos ventrículos, levando-os a ter contrações mais rápidas e menos eficientes que o normal.

A maior frequência de flutter atrial é em idosos que já sofrem com hipertensão arterial sistêmica ou insuficiência cardíaca. Porém, também podem acometer pessoas com coração normal.

Extrassístoles

São batidas “extras” do coração, que podem ocorrer nos átrios ou nos ventrículos. Esses batimentos adicionais interrompem, de maneira prematura, o ritmo sinusal, iniciado no nó sinusal, o marca-passo natural do coração. As extrassístoles podem ocorrer de modo irregular, em intervalos constantes ou até em padrões de repetição.

O nome indica uma contração (sístole) adicional e inesperada do coração (portanto, de maneira prematura), quando deveria acontecer o relaxamento do músculo (diástole). O batimento seguinte a uma extrassístole retoma geralmente o ritmo normal, mas pode ser precedido por uma "pausa" para a recuperação elétrica do coração.

Podem ser:

  • Ventriculares: quando têm origem nos ventrículos. Geralmente acontecem como resultado de estímulos externos, como levar sustos, praticar exercícios físicos, ingerir álcool ou cafeína, por exemplo. Também podem estar relacionadas – especialmente quando aparecem durante testes de esforço (esteiras) – à doença arterial obstrutiva das coronárias.
  • Supraventriculares: quando surgem nos átrios. As causas prováveis desse tipo de extrassístoles são falhas no funcionamento do nó sinusal ou sinoatrial.

Sintomas e diagnóstico de ritmos cardíacos anormais

As arritmias cardíacas podem ser sintomáticas e assintomáticas. A percepção das alterações nos ritmos cardíacos muda de pessoa para pessoa.

Os sintomas mais comuns são:

  • Palpitações;
  • Desmaios;
  • Tonturas;
  • Falta de ar;
  • Confusão mental;
  • Fraqueza;
  • Pressão baixa;
  • Dor no peito;
  • Redução da capacidade física.

É importante notar que a intensidade dos sintomas não é proporcional à gravidade da doença, visto que algumas arritmias assintomáticas podem levar à parada cardíaca e à morte.

O diagnóstico da arritmia (e de seu tipo) impede que a doença progrida e possa se tornar grave, evitando consequências mais sérias para a saúde do paciente. 

A descrição dos sintomas é suficiente para um diagnóstico preliminar. Mas, para identificar a natureza e a causa da arritmia, são realizados alguns exames. O eletrocardiograma (ECG) é o principal deles, fornecendo um gráfico da atividade elétrica do coração. Porém, o registro feito pelo ECG é de um espaço de tempo muito curto.

Por isso, também são usadas outras formas de monitoramento cardíaco.

Como monitorar ritmos cardíacos anormais?

O monitoramento de ritmos cardíacos anormais é fundamental para o diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas. Existem várias formas de fazer esse monitoramento e, neste tópico, vamos apresentar duas delas: o Holter e o Looper (Externo e Implantável).

Holter é um dispositivo externo, utilizado para fazer o monitoramento da frequência cardíaca ao gravar o registro contínuo do eletrocardiograma, podendo identificar até mesmo arritmias assintomáticas.

O aparelho é acoplado ao paciente, de forma não invasiva, para registrar o ritmo cardíaco por 24 horas. Se durante esse período o paciente perceber um sintoma, deve apertar um botão para que o evento cardíaco seja marcado na gravação (muitas vezes, é solicitado, também, que seja feita uma anotação num formulário específico). Assim, o cardiologista poderá, posteriormente, fazer a análise.

Após as 24 horas, o paciente precisa voltar à clínica para retirar e devolver o aparelho.

Outra forma de monitoramento é feita por meio do Looper, que pode ser Externo ou Implantável.

Assim como o Holter, o Looper Externo é um aparelho que precisa ser ligado ao tórax do paciente para gravar a atividade cardíaca. Mas, nesse caso, o aparelho fica conectado ao paciente por sete dias e só pode ser retirado na hora do banho. 

A diferença é que, a cada hora, o Looper coleta, automaticamente, um eletrocardiograma com sete segundos de duração. Se o paciente perceber algum sintoma, deve apertar um botão que fará com que o aparelho envie um eletrocardiograma com 45 segundos de duração (e também fazer anotações se houver formulário disponibilizado).

Looper Implantável tem um funcionamento semelhante ao Externo. No entanto, como pode durar, normalmente, até três anos, consegue detectar sintomas de ocorrência mais raras.

Além disso, depois que é feito o implante na região torácica, o paciente não precisa ficar internado e não há o risco de danos como nos casos dos aparelhos externos.

Conheça o BIOMONITOR IIIm 

BIOMONITOR IIIm é um Looper Implantável de alta precisão. Com ele, é possível monitorar a atividade cardíaca 24 horas por dia, todos os dias, por até 5,5 anos, permitindo monitoramento prolongado.

O implante do BIOMONITOR IIIm é rápido, feito por meio de um sistema de entrega muito semelhante a uma injeção. O tempo do procedimento, da incisão até a remoção da ferramenta, é de poucos minutos.

Além disso, assim como toda a linha de dispositivos para controle do ritmo da BIOTRONIK (marca-passos, cardiodesfibriladores e ressincronizadores), o BIOMONITOR IIIm é compatível com monitoramento remoto por meio do dispositivo CARDIOMESSENGER SMART, que proporciona leituras e envios diários das informações coletadas pelo Looper durante o dia, disponibilizadas para consulta do médico na plataforma HOME MONITORING SERVICE CENTER.

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Sobre a BIOTRONIK

A BIOTRONIK é uma empresa líder mundial em tecnologia médica com produtos e serviços que salvam e melhoram as vidas de milhões de pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares. Impulsionados por um propósito de combinar, com perfeição, a tecnologia ao corpo humano, somos uma empresa dedicada à inovação, que desenvolve soluções cardiovasculares, endovasculares e neuromodulação confiáveis. A BIOTRONIK está sediada em Berlim, na Alemanha, e está presente em mais de 100 países.