Pressão alta: quais são os tratamentos para hipertensão arterial?
Neste artigo, abordaremos os tratamentos para hipertensão arterial, uma condição séria que afeta muitas pessoas em todo o mundo. O objetivo aqui não é recomendar tratamentos específicos, mas fornecer informações sobre as opções existentes.
Sempre consulte um profissional de saúde para obter orientação personalizada. Se você deseja entender mais sobre a hipertensão arterial e suas opções de tratamento, este texto é para você!
O que é pressão alta e quais são os tratamentos para hipertensão arterial?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão arterial (popularmente conhecida como pressão alta) é uma condição comum, mas se não tratada, pode ter consequências graves.
A pressão alta ocorre quando a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias está acima dos níveis saudáveis.
Os tratamentos para hipertensão arterial podem ser divididos em duas categorias: tratamento não medicamentoso e tratamento com medicamentos.
Mudanças no estilo de vida são frequentemente a terapia de primeira linha nos tratamentos para hipertensão arterial. Com base em estudos e diretrizes, as seguintes estratégias têm se mostrado eficazes:
● Perda de peso: redução do peso corporal, principalmente em casos de sobrepeso e obesidade;
● Alimentação saudável: uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e baixa em sódio. Recomenda-se também aumentar o consumo de potássio, pois isso pode contrabalançar os efeitos do sódio na pressão arterial;
● Atividade física: a prática regular de exercícios físicos, como caminhadas, natação ou ciclismo. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana;
● Moderação no consumo de álcool: o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode aumentar a pressão arterial. Por isso, recomenda-se limitar sua ingestão a quantidades moderadas, de acordo com as diretrizes de saúde.
É importante ressaltar que o tratamento não medicamentoso deve ser adotado em conjunto com o acompanhamento médico regular. O profissional de saúde pode fornecer orientações personalizadas, ajustar as estratégias de acordo com as necessidades individuais e monitorar o progresso do paciente.
Em alguns casos, mesmo com a implementação dessas medidas, pode ser necessário iniciar a terapia medicamentosa para alcançar os níveis de pressão arterial desejados.
A OMS revisou suas diretrizes para o Tratamento Farmacológico da Hipertensão em adultos em 2021.
Atualmente, os medicamentos indicados pela OMS incluem:
● Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), como enalapril e lisinopril, que são substâncias que relaxam os vasos sanguíneos e previnem danos nos rins;
● Bloqueadores dos receptores de angiotensina 2 (BRA), como losartana, valsartana e telmisartana, que também relaxam os vasos sanguíneos e previnem danos nos rins.
● Bloqueadores dos canais de cálcio, como anlodipina e felodipina, que atuam diretamente no metabolismo das artérias, causando seu relaxamento.
● Diuréticos, como furosemida, hidroclorotiazida e clortalidona, que eliminam o excesso de água do corpo, reduzindo a pressão arterial.
Esses medicamentos são comumente utilizados no tratamento da pressão arterial elevada e são prescritos de acordo com a avaliação médica individual, com base nas diretrizes nacionais e internacionais.
É fundamental seguir as orientações médicas e não fazer alterações na medicação sem consultar um profissional de saúde. O tratamento medicamentoso deve ser combinado com outras medidas, como as que apresentamos no tópico anterior.
O objetivo final é controlar a pressão arterial e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Com a combinação adequada de tratamento não medicamentoso e medicamentos quando necessários, é possível alcançar um bom controle da hipertensão arterial e promover a saúde cardiovascular a longo prazo.
O que causa a hipertensão arterial?
A hipertensão arterial pode ser causada por diferentes fatores, que podem ser classificados em hipertensão primária e hipertensão secundária.
A hipertensão primária é uma condição que ocorre sem uma causa conhecida e está associada a diversas alterações no coração e nos vasos sanguíneos.
Entre essas alterações, destaca-se o aumento da resistência ao fluxo sanguíneo devido ao estreitamento dos vasos, causado por contração ativa (vasoconstrição) das pequenas artérias, por todo o corpo.
Acredita-se que anormalidades hereditárias afetam os vasos sanguíneos importantes para o controle da pressão arterial. Outras alterações, como acúmulo de sódio nas células e redução na produção de substâncias que dilatam os vasos sanguíneos, também podem contribuir para o aumento da pressão arterial. É por isso que existe uma certa predisposição familiar para a manifestação da hipertensão.
Já a hipertensão secundária ocorre quando a pressão arterial elevada tem uma causa identificável.
Entre as causas conhecidas, destacam-se:
● Doenças renais, como estreitamentos (estenose) da artéria renal, nefrites e glomerulonefrites (inflamações/infeccões renais), tumores renais, doença do rim policístico, além de outras lesões renais e radioterapia que afete os rins;
● Distúrbios hormonais, como hiperaldosteronismo, síndrome de Cushing e hipertireoidismo;
● O uso de certos medicamentos e substâncias, como álcool, drogas estimulantes, corticosteroides, anti-inflamatórios não esteroides, contraceptivos orais, vasoconstritores como alguns descongestionantes nasais e simpatomiméticos;
● A presença de arteriosclerose, caracterizada pelo endurecimento das artérias.
Quais são os sintomas de pressão alta?
Um dos desafios da hipertensão arterial é que ela não apresenta sintomas evidentes na maioria dos casos. No entanto, em estágios avançados ou em “picos” de pressão alta, podem ocorrer sintomas como:
● Dores de cabeça intensas
● Dores no peito;
● Tonturas;
● Falta de ar;
● Visão embaçada;
● Palpitações.
É importante realizar exames regulares para monitorar a pressão arterial e identificar qualquer alteração.
Como é feito o diagnóstico?
A única maneira de saber com certeza é verificar a pressão arterial regularmente. O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com mais de 20 anos meçam a pressão pelo menos uma vez por ano, e se houver histórico familiar de hipertensão, a frequência deve ser de pelo menos duas vezes por ano.
Quais são os fatores de risco?
Existem vários fatores que podem aumentar o risco de desenvolver hipertensão arterial, como:
● Dietas não saudáveis (consumo excessivo de sal, dieta rica em gorduras saturadas e gorduras trans, baixa ingestão de frutas e vegetais);
● Falta de atividade física;
● Consumo de tabaco e álcool;
● Sobrepeso ou obesidade;
● Histórico familiar de hipertensão;
● Idade acima de 65 anos;
● Presença de doenças como diabetes ou doença renal.
Identificar esses fatores de risco também é importante para adotar medidas preventivas e controlar a pressão arterial.
Que complicações podem surgir em pacientes com pressão alta não controlada?
A pressão alta pode facilitar a degeneração e contribuir para um endurecimento das artérias, diminuindo o fluxo sanguíneo e de oxigênio para o coração. Isso pode resultar em:
● Dores no peito, conhecidas como angina;
● Infarto do miocárdio (“ataque cardíaco”), que ocorre quando o suprimento de sangue para o coração é bloqueado e as células musculares cardíacas morrem por falta de oxigênio;
● Insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue bombear sangue oxigenado com força suficiente para os órgãos vitais do corpo;
● Arritmias (batimentos cardíacos irregulares), que podem, em casos extremos, levar até à morte súbita.
Outras complicações incluem:
● Acidente vascular cerebral (AVC): a hipertensão pode provocar o rompimento ou obstrução das pequenas artérias que fornecem sangue e oxigênio ao cérebro, causando um AVC.
● Danos nos rins, que podem levar à insuficiência renal.
Por isso, é essencial manter a pressão arterial sob controle para prevenir essas complicações e preservar a saúde geral.
Existe prevenção para hipertensão arterial?
Sim, existe! A prevenção para a hipertensão arterial se dá pela eliminação dos fatores de risco, que podem ser modificados. Ou seja, aqueles ligados ao estilo de vida e não a predisposições genéticas. Neste sentido, a OMS traz as seguintes recomendações:
● Consuma mais vegetais e frutas;
● Reduza o tempo sedentário: seja mais ativo fisicamente, incluindo caminhadas, corridas, natação, dança ou atividades que fortaleçam os músculos, como musculação ou pilates – mas sempre com acompanhamento médico e de profissionais como educadores físicos ou fisioterapeutas;
● Pratique pelo menos 150 minutos por semana de atividade aeróbica de intensidade moderada ou 75 minutos por semana de atividade aeróbica vigorosa;
● Realize exercícios de fortalecimento muscular duas vezes ou mais por semana;
● Perca peso se estiver com sobrepeso ou obesidade;
● Tome os medicamentos conforme prescrito pelo médico;
● Compareça às consultas médicas.
● Consumir alimentos muito salgados (tente manter o consumo de sal abaixo de 2 gramas por dia);
● Consumir alimentos ricos em gorduras saturadas ou gorduras trans;
● Fumar ou usar tabaco – nesse sentido, não se sabe ainda a influência de vapers (cigarros eletrônicos e equivalentes), portanto é prudente evitar também;
● Consumir álcool em excesso (no máximo 1 dose por dia para mulheres e 2 doses para homens).
Além disso, é fundamental realizar exames regulares e seguir as orientações médicas para monitorar a pressão arterial e intervir precocemente, se necessário.
Como vimos, entre os tratamentos para hipertensão arterial, adotar um estilo de vida saudável é o primeiro passo para garantir a saúde do coração. Mas você sabia que existem outras condições relacionadas ao coração que também precisam de atenção?
Se você quer aprender mais sobre o funcionamento do coração e suas possíveis alterações, não deixe de conferir o artigo:"Coração a mil: o que é taquicardia e por que acontece?”.
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